Desde a última semana, o Hospital Regional de Sorriso conta com um novo projeto na UTI neonatal. O Polvo Solidário é uma iniciativa que partiu de Carine Strieder, artesã e funcionária da Câmara Municipal de Sorriso. Carine confecciona os polvinhos de crochê com linha e tentáculos em forma de espiral e os distribui de forma voluntária ao Hospital.
A artesã entregou primeiramente uma remessa de 20 polvinhos, após receber uma doação de linhas da marca Círculo para a confecção. Ela também conta com a ajuda de outras artesãs, e já estuda a ideia de ensinar a fazer os polvinhos para mamães, funcionários do hospital e até mesmo outras pessoas que se interessarem em ajudar no projeto.
De acordo com Luciele Benin, diretora do Hospital e enfermeira neonatologista há oito anos, a iniciativa tem tido 100% de aprovação das mamães, funcionários e outras pessoas que acompanham os recém-nascidos. “Os bebês ganharam um amiguinho para ajudar no seu aconchego, para fazer companhia na incubadora e dar um pouco mais de carinho para esses anjinhos que cuidamos com tanto amor”, pontuou a diretora. Segundo ela, a iniciativa foi recebida de forma emocionante no hospital.
A ideia já existe há mais ou menos cinco anos e foi criada na Dinamarca por um grupo chamado Spruttegruppen. No site oficial da iniciativa eles explicam que os tentáculos do “bichinho” se assemelham ao cordão umbilical, fazendo com que os prematuros se lembrem do período em que estavam no útero das mamães, estabilizando os batimentos cardíacos e a respiração, o que acaba os acalmando. O recém-nascido tem por instinto segurar ou puxar algo que estiver ao seu alcance, assim como eles fazem com o cordão umbilical, conforme afirmam os médicos. Sendo assim, acabam tendo facilidade para puxar os fios e cateteres que estão ligados ao seu corpinho. Com o polvo, eles acabam por segurar os tentáculos, diminuindo assim as chances de puxar e retirar esses fios.
Atualmente, o grupo dinamarquês faz a distribuição dos polvos para maternidades do País e em um hospital da Groenlândia. Outros países também adotaram o projeto e tiveram ajuda dos criadores para reproduzir o projeto, como a Suécia, Noruega, Islândia, Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Itália, Turquia, Croácia, Israel, Palestina, Austrália e Estados Unidos. No Brasil, a ideia do projeto também já é utilizada em vários estados.
Trata-se de uma terapia que, associada ao carinho e amor das mamães e aos tratamentos dispensados para cada caso, ajuda na recuperação e melhor desenvolvimento dos bebês, inclusive os prematuros, que precisam ficar por certo tempo nas incubadoras sozinhos. “Foi emocionante ver a alegria das mães, todas as pessoas envolvidas acabaram se emocionando com a reação dos bebês com os polvinhos”, ressaltou Luciele.
Um ponto a ser observado é quanto à higiene do bichinho, principalmente aos prematuros que precisam de cuidados redobrados. Recomenda-se lavar cuidadosamente e esterilizar antes de colocar junto ao bebê, pelo menos de dois em dois dias, pois a incubadora é um local quente e favorável à proliferação de germes e bactérias, o que coloca a saúde do pequeno em risco. Portanto, a recomendação é ter mais de um polvinho, pois todo cuidado é pouco.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde - MT - 10.10.2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, Obrigado pela sua visita...
Deixe seu recado, sua opinião é muito importante!!!